Webinar “Eu brinquei, vocês brincaram e eles brincam? O Direito a Brincar no passado, presente e futuro”

No dia 26 de março, a Rede Construir Juntos promoveu o Webinar “Eu brinquei, vocês brincaram e eles brincam? O Direito a Brincar no passado, presente e futuro”, dinamizado por Ana Lourenço, coordenadora do setor da Humanização e Direito a Brincar, no Instituto de Apoio à Criança. Estiveram presentes técnicos e dirigentes das instituições parceiras da Rede Construir Juntos, num total de 35 participantes

A oradora começou por referir o papel desempenhado dos profissionais no brincar das crianças, como sendo fundamental numa perspetiva de serem produtores de ambientes que promovam o direito ao brincar, em que a criança não está apenas a divertir-se e que está também a melhorar a sua motricidade, as relações com os pares, a gerir as emoções, o autocontrolo, com ganhos secundários, e a fazer uma série de aquisições importantes para o seu desenvolvimento. O adulto não deve correr o risco de olhar para o brincar enquanto estratégia, nem instrumentalizar o brincar com intencionalidade, deve antes pensar criteriosamente num ambiente favorável para brincar e enriquecê-lo, deixando a criança usufruir dele em liberdade. Se não houver oportunidade de brincar e um ambiente promotor do direito ao brincar, a criança tem mais dificuldades de adquirir benefícios a todos os níveis, o que implica repercussões ao longo do tempo. Identificou os Desafios em que o Comité das Nações Unidas chama à atenção que o direito a brincar, plasmado na Convenção, não está a ser cumprido. São os seguintes: a falta de reconhecimento do direito ao brincar no desenvolvimento das áreas fundamentais para o desenvolvimento da criança; o tempo para brincar, sendo que a criança tem de ter tempo, espaço e liberdade para brincar; o deficit na natureza, brincar no risco, reforçando a exposição gradual a dificuldades, o explorar da natureza, a regulação emocional, confrontar e gerir o medo, saindo da zona de conforto, adaptar-se que têm impacto nas competências a adquirir; o género nos brinquedos e na atividade lúdica, com material lúdico estereotipado para as meninas e para os meninos, como estratégia de marketing para vender, que podem levantar questões de identidade de género e levar a um grande sofrimento das crianças e, por fim, o confinamento da Covid-19, que foi uma experiência que deixou marcas como problemas de aprendizagem, interação social, desmotivação, níveis de ansiedade e depressão. Também identificou o Dia Internacional do Brincar, dia 11 de junho, criado pela necessidade de chamar à atenção para o direito ao brincar. Realçou a importância de chegar à Política Nacional do Brincar, com vista ao financiamento, reconhecimento e investimento para dar oportunidade a todos o direito ao brincar. Referiu que o brincar pode ser uma atividade lúdica para trabalhar o trauma, para prevenir a violência e o bem-estar das equipas de profissionais.

A importância do brincar, que sendo um direito da Criança plasmado no Artigo 31º da Convenção dos Direitos da Criança, traz benefícios emocionais e comportamentais, sociais, cognitivos e físicos no desenvolvimento de uma criança.

Foi certamente um momento enriquecedor de partilha para promover boas práticas e uma atitude lúdica dos profissionais, enquanto fonte de bem- estar e resiliência das equipas para o direito ao brincar.

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