Memórias e laços, uma viagem de afetos…

O percurso que temos efetuado, desde 1989, altura em que surgiu o Projecto Rua, (atualmente designado de Projecto Rua “Em Família para Crescer”) tem-se pautado pelo afeto, pela disponibilidade, pela empatia e pela ludicidade. Sabemos que a intervenção com crianças e jovens, em especial com aqueles que se encontram numa situação vulnerável, requer não só “ir ao seu encontro”, mas também escutá-los, acolher mágoas e, tristezas, identificar emoções e com cada um, iniciar um caminho de descoberta, de aprendizagem …

Fomos construindo relações que se foram fortalecendo e que têm permanecido ao longo do tempo.  

Para esta notícia pedimos a jovens e pais acompanhados ao longo dos anos pelo Projecto Rua que nos dissessem qual a atividade que foi para eles inesquecível e que definissem o Instituto de Apoio à Criança numa palavra. Assim, vamos partilhar as respostas apresentando primeiramente os testemunhos das mães: 

 “Eu conheci o IAC, mas não foi por bons motivos, foi por fuga da minha filha. Um dia recebi uma chamada da equipa e convidaram-nos para ir ter com eles, assim fomos. Foram muito simpáticos e fomos convidados para várias atividades. Fui conhecendo os outros colegas da equipa muito simpáticos e agradáveis de conviver e que gostam do que fazem. Foi assim que o IAC entrou na minha vida. Eu ganhei muitas experiências com o IAC, por exemplo como falar com as minhas filhas, ouvi-las e muitas vezes pôr-me no lugar delas, de elogiar e não só reclamar. O IAC para a minha família foi um colo, foi um ombro para falar, porque o que passei com a minha filha, a família de verdade nunca entenderia.”  

“O IAC para mim significa união de valores e de experiências que construímos ao juntar crianças, adolescentes e pais para assim construir um mundo melhor.  O IAC é um conjunto de emoções de pessoas reais que vivem e acreditam num mundo melhor. É, principalmente, acreditar num mundo melhor e de muito amor”. 

As experiências pedagógicas que proporcionamos aos jovens são ainda hoje recordadas como “marcantes” porque foram vividas com bastante intensidade e sentidas como algo “novo” nas suas vidas. Como refere uma jovem: “Uma experiência inesquecível foi quando fomos a Setúbal fazer uma entrevista e fizemos rali de jipe, (…) foi brutal!” 

Os espaços de férias, designadamente os acampamentos em locais aprazíveis, em contacto com a natureza e com múltiplos desafios aliciantes, sobretudo as caças ao tesouro em período noturno, bem como a partilha de todas as tarefas diárias, como compras e confeção das refeições, foram também momentos que reforçaram competências, fortaleceram laços e criaram boas memórias. 

Eis como estas ações são lembradas: 

“Eu só tenho boas recordações e lembranças, mas as nossas férias sem dúvida que são a melhor lembrança, conhecíamos lugares novos, sim eram as nossas férias, pois muitos de nós não saiamos dali, do bairro.” 

“As melhores recordações são os campos de férias e as amizades criadas.” 

“O melhor foi a ida à Serra da Estrela, vocês levaram-me pela primeira vez e na minha vida pude tocar na neve. Nunca me vou esquecer.” 

“Uma das melhores recordações foi o acampamento na Ericeira, até hoje lembro-me perfeitamente desses dias. “ 

“A melhor recordação: Porto Covo ou Ferreira do Zêzere.” 

“A melhor recordação foi o acampamento em Porto Covo.” 

 “Cada vez que me lembro da palavra cativar traz-me as memórias da ilha do Pessegueiro, se eu pudesse comprava lá uma casa.” 

“A melhor recordação foi o facto de ter descoberto o que existe para além da nossa casa, consegui perceber que há tanta beleza nas pequenas coisas, como ver estrelas durante a noite, apaixonei-me pelo mar, e hoje é o que me acalma, adoro a natureza por causa do que vi durante a minha trajetória no IAC.” 

Os intercâmbios promovidos a nível nacional e internacional são igualmente momentos considerados como privilegiados porque permitem conhecer outros jovens, novas realidades sociais e culturais, debater temas e apresentar propostas.  

 “Os trabalhos em grupo, várias culturas e intercâmbios com visitas e descoberta de Portugal.” 

“Os intercâmbios e poder partilhar momentos com amigos e poder conhecer outras pessoas que de certa forma partilham a mesma realidade, mas com histórias diferentes. “ 

“A melhor memória foi a viagem a Espanha através do projeto JAM (Jovens Agentes de Mudança)” 

“Eu pessoalmente nunca mais esquecerei a minha viagem a Bruxelas para representar Portugal. Foi uma experiência única (…)” 

As fugas de casa e as saídas não autorizadas das Casas de Acolhimento constituem uma rutura que nos alerta e impele a agir no sentido de, com estes jovens, a sua família e os parceiros, encontrarmos respostas integradas, apontando caminhos e fortalecendo a esperança. 

“Eu conheci o IAC quando sai de casa…”  

“Se pudesse entrava no elevador com destino ao IAC. E vivia lá para sempre. A sensação é de Liberdade.” 

“O IAC para mim na altura foi Liberdade, Conhecimento e Oportunidade e hoje só tenho a agradecer e para mim a palavra que o define bem é Oportunidade.” 

O Instituto de Apoio à Criança numa palavra é: “Família”,” Amor”, “Conforto”, “Abrigo”, “Alegria”,” União”,” Amizade”, “Oportunidade”, “Tranquilidade”, “Segurança”, “Convívio”. 

“Onde tudo é feito por amor, paz.” “Apoia Pais e filhos.”  

Intervir no âmbito do Campus de ação do IAC é ser afeto, é ouvir, respeitar, apresentar alternativas, é acreditar no potencial de cada um e assegurar sempre os seus direitos. 

O IAC é Uma grande bênção para as crianças aprenderem a ser crianças no tempo certo e serem alguém futuramente.” 

“É essencial para a sociedade juvenil”. 

“Muito obrigada por tudo o que hoje eu sou.” 

São estes testemunhos que nos continuam a motivar para a realização do nosso trabalho em prol de um futuro mais digno e colorido para todas as crianças e jovens 

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