Desde os seus primeiros passos, em 1983, que o Instituto de Apoio à Criança vem ocupando uma posição de grande destaque na afirmação dos direitos da criança, na imposição do dever de os reconhecer e respeitar, e no esforço de garantir, cada vez de forma mais conseguida, a sua promoção e a sua real protecção.
Sob o impulso e direcção de Manuela Eanes, o IAC tem sido, ao longo do tempo, bem o reflexo da imagem da sua Presidente, isto é, rigoroso na acção, profundamente sério nos seus propósitos, devotado na sua missão.
Centrando grande parte do seu programa no apoio às crianças e jovens em risco e em perigo, tem feito incidir os seus muitos e variados projectos concretos de intervenção, ora no acolhimento, ora na orientação de vida, ora na defesa da saúde e da tutela dos direitos da criança e seus familiares diante das instituições de saúde, ora ainda na integração social de jovens com dificuldades de inserção.
Numa visão plural e interdisciplinar, que valoriza o científico, o cultural e o social, sem alguma vez desprezar o afectivo, e a partir de uma atitude de princípio radicalmente humanista, que alimenta uma forte crença na humanidade e na capacidade modificadora da intervenção social e comunitária, o IAC tem desdobrado o seu trabalho com crianças e jovens em domínios tão diversos como os da saúde, da educação, da situação da criança desaparecida, agindo sobre as famílias, actuando directamente na rua, criando equipas de animadores, assegurando a representação daqueles que dela carecem, garantindo consultadorias, para citar apenas alguns.
Noutro plano, o IAC tem-se dedicado, de uma forma sistemática e sistematizada, a promover inúmeras acções de formação, nuns casos privilegiando a vertente técnica, noutros procurando agir junto da própria comunidade dos cidadãos, estimulando o conhecimento e convidando a uma reflexão e a uma acção mais globais perante as questões da infância e da juventude.
A cultura dos direitos que o IAC tem praticado e a projecção destes na criança concebida como sujeito de direito e de direitos, e respeitada na sua cultura própria como pessoa autónoma e completa, constituem, sem dúvida, motivo bastante para justificar um nosso incondicional aplauso à proposta de atribuição ao Instituto de Apoio à Criança, do III Prémio Rey de España de Derechos Humanos.