#MesDePrevencaoDasFugas
#RunawayPreventionMonth

As crianças e os jovens que fogem das suas casas são o maior grupo de crianças desaparecidas em muitos países europeus. Em 2019, os jovens em fuga representavam 54,5% dos casos de crianças desaparecidas reportados diretamente à linha europeia 116.000. No mesmo ano, 14% dessas crianças não foram encontradas.

Para comemorar pela primeira vez o Mês da Prevenção das Fugas, os parceiros do projeto RADAR contactaram jovens de toda a Europa com experiência de fuga ou em risco de fugir.

Aprendemos muito, pelo que temos um entendimento forte sobre como todos podem ajudar – tu incluído!

Por que se devem escutar as crianças e jovens que fogem...

Quando as crianças e os jovens fogem, é sinal de que há um problema que tem de ser resolvido. Ao escutá-los, podemos ajudar a refletirem sobre as causas e orientá-los para possíveis soluções.

Em 2019, 54,5% dos casos de crianças desaparecidas reportados às linhas telefónicas europeias de apoio a estas situações – nº 116 000, em Portugal disponibilizado pelo SOS Criança do IAC – foram sobre crianças ou jovens que fugiram de casa ou de instituições. Está na hora de escutar os jovens que fogem!

“Fugir é mostrar que há um problema, é uma forma de chamar a atenção e comunicar com os outros.”

Porque é importante mudar as perceções sobre a fuga

Esta é uma mensagem forte e significa a que existe um problema na vida da criança.

É fundamental alterar as perceções negativas face à fuga, uma vez que estas podem ter um impacto drástico nas crianças e jovens, assim como no apoio que lhes pode ser dado.

Ao mudarmos a nossa perceção acerca da fuga, podemos encorajar as crianças e os jovens a pedir ajuda e assim garantir respostas mais eficazes e orientadas para resolver o problema.

“Fugir é o resultado de um problema, de uma situação que está a afetar o jovem. Para o resolver devemos focar-nos na origem do que está a funcionar mal.”⁠

Porque é importante recuperar a confiança

As crianças e jovens em fuga referem frequentemente a falta de confiança nas relações com os adultos de referência.

De forma a proteger as crianças e prevenir fugas é importante recuperar a confiança entre a criança e o adulto, escutando e estando atentos às suas necessidades. ⁠

Também é importante informar e promover o acesso das crianças e jovens a serviços e organizações que promovem os seus Direitos, como o IAC.⁠

“Eu tentei várias vezes falar com a minha mãe… mas ela nunca tinha tempo.”

Porque é importante agir em conjunto

É fundamental sensibilizar as crianças e os jovens para os seus direitos e informar acerca dos apoios de que dispõem, para que consigam procurar e pedir ajuda de forma correta.

As escolas têm um papel muito importante na vida das crianças e na sociedade. Uma vez que as crianças têm contacto próximo com os professores e outros profissionais da área da educação, é crucial que estes tenham formação sobre como detetar sinais de stress e ansiedade nas crianças e saber que instituições locais as podem ajudar, como o IAC.⁠

“Quando somos crianças respeitamos os professores e queremos aprender com eles. É muito importante ter um professor próximo de nós fora da sala de aula.”⁠ ⁠

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Muitas são as crianças e jovens que fogem devido a situações desafiantes e de stress em casa. Uma jovem em fuga referiu… “Quando fugi, escondi-me porque não queria que ninguém me encontrasse. Estava escondida no bairro, escondida onde não havia pessoas. Eu tinha mais medo quando estava em casa [do que quando estava lá fora sozinha]. Eu tinha dez anos e pensava que o ambiente mais perigoso era a minha casa, pensei que nada seria mais perigoso do que estar em minha casa.“

Ajude a partilhar estas histórias! Durante o mês de novembro vamos sensibilizar nas redes sociais do IAC para esta problemática.

Informação para escolas

As escolas desempenham um papel importante na vida das crianças e na nossa sociedade. As crianças passam uma parte significativa do seu dia em contacto com os professores e outros profissionais – por esta razão, é vital que os professores saibam detetar sinais nas crianças e jovens que possam indiciar situações de risco.

O grupo de jovens que participa no projeto concluiu que as escolas podem fazer mais para proteger as crianças:

1) Pode organizar ações de informação sobre que organizações locais e nacionais atuam na área dos direitos da criança e às quais os jovens possam recorrer, como o IAC;

2) Disponibilizar apoio especializado, como terapeutas e psicólogos, nas escolas, como os GAAF e o Projeto Escola Alfaiate do IAC;

3) Formar todos os profissionais em contexto escolar sobre prevenção e proteção na infância.

Recursos