NOTA DE IMPRENSA Linha SOS Criança 116111: Há mais de três décadas a dar voz às crianças e jovens

Desde 1988, a Linha SOS Criança tem sido um porto seguro para crianças, jovens e famílias que enfrentam desafios que colocam em risco o seu bem-estar. Problemas de saúde mental, maus-tratos, abusos, conflitos e bullying são apenas algumas das questões que chegam diariamente a este serviço de apoio.

O bullying continua a ser um problema persistente nas escolas, apesar das inúmeras investigações e projetos implementados ao longo dos anos. Nos últimos tempos, a situação tem-se agravado, ao mesmo tempo que as escolas enfrentam cada vez mais dificuldades para garantir os recursos necessários à prevenção e a uma intervenção eficaz.

Os números falam por si. Em 2024, a Linha SOS Criança registou 38 apelos relacionados com bullying e cyberbullying na linha 116 111, 24 apelos sobre problemas escolares e 5 pedidos de apoio psicológico relacionados com bullying. Em 2025, até à data, já foram recebidos 10 apelos sobre bullying e cyberbullying e 7 sobre dificuldades escolares. Estes dados demonstram a urgência de reforçar os mecanismos de apoio e de implementar estratégias de prevenção.

A questão não está na ausência de linhas de apoio, mas sim na ausência de recursos dedicados nas escolas. É, por isso, essencial investir no reforço das estruturas de apoio dentro das comunidades escolares. A Mediação Escolar promovida pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC) tem sido uma resposta pedagógica eficaz, atuando na resolução de conflitos e na promoção de um ambiente mais harmonioso, saudável e inclusivo para alunos, professores, pais e toda a comunidade educativa. Este serviço intervém em diversas situações, desde conflitos entre alunos, problemas disciplinares, violência, abandono e absentismo, até dificuldades de comunicação entre a escola e as famílias. É também um mecanismo essencial na abordagem a casos graves de bullying. A sua estratégia baseia-se numa lógica de prevenção e acompanhamento contínuo através dos Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF).

Os dados são claros: no ano letivo de 2023/2024, os 47 agrupamentos que reportaram informação somavam um total de 61.288 alunos, dos quais 6.976 foram sinalizados aos GAAF, representando 11% do total de alunos dos agrupamentos. Destes, 1,8% foram identificados como agressores e 1,2% como vítimas de bullying. No que diz respeito ao cyberbullying, 0,9% dos alunos sinalizados foram classificados como agressores e 0,6% como vítimas. Estes números evidenciam o impacto positivo que estes gabinetes têm na comunidade escolar e a importância de apostar na prevenção efetiva em contexto escolar.

O combate ao bullying e a promoção do bem-estar mental das crianças e jovens exige uma estratégia integrada, que envolva não só a escola, mas também as famílias, professores e organizações da sociedade civil. Investir em recursos, fortalecer a Mediação Escolar e apostar na prevenção são passos fundamentais para garantir que as escolas não atuam apenas reativamente, mas constroem um ambiente seguro e saudável para todos.

Anabela Reis – área do Marketing, Comunicação e Projetos

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