Terminou no passado dia 21 de fevereiro a Ação de Formação “Mediação Escolar – alternativa construtiva na abordagem ao conflito”. Esta ação que teve início em dezembro de 2021 e decorreu durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022, num total de 25 horas, foi organizada a convite do GAAF do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo e contou com a parceria do Centro de Formação Nova Ágora, em Coimbra, tendo sido dirigido a 25 docentes.
A dinamização desta ação esteve a cargo de Ana Vicente, Cristina Barros e José Coelho, do IAC – Polo de Coimbra, e de Melanie Tavares, coordenadora da Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança e do projeto de Mediação Escolar do IAC.
A escola é uma comunidade centrada nas crianças e nos jovens, no seu desenvolvimento cognitivo, emocional, educativo e moral e onde convivem pessoas de diferentes idades, proveniências, vivências e culturas. Neste contexto é natural que a aprendizagem de uma saudável convivência em sociedade e da promoção da paz seja uma vertente primordial da escola.
Sabemos que os conflitos entre pares, entre jovens e adultos são frequentes e inevitáveis. No entanto, se bem trabalhados, possibilitam o desenvolvimento e a mudança comportamental. Nesta perspetiva, devem ser vistos como oportunidades de crescimento e aquisição de competências, nomeadamente ao nível de uma comunicação eficaz e assertiva, do saber escutar ativamente, do respeito pelo outro, do reconhecimento e gestão de emoções e de conflitos.
Neste âmbito, nesta ação procurou-se abordar o conflito e as suas características, as diferentes perspetivas e perceções, as respostas habituais e novas formas de entender o conflito em contexto escolar. Salientou-se, também, a importância da comunicação nas relações interpessoais, na prevenção e abordagem ao conflito, bem como a necessidade do reconhecimento e gestão de emoções na resolução positiva de conflitos. Foi analisado o processo formal de mediação de conflitos em contexto escolar, o papel e características do mediador em contexto escolar, seja ele um adulto, uma criança ou jovem e feita uma abordagem ao projeto de Mediação Escolar do Instituto de Apoio à Criança, aos Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família e ao Projeto “Clubes dos Amigos da Mediação”.
Destacou-se, também, a análise e reflexão sobre a pertinência das práticas restaurativas em contexto escolar que promovem metodologias participativas e que focam o seu objetivo na reparação do dano causado à pessoa afetada, na responsabilidade pelo comportamento e pelas consequências que este provocou no outro e o papel que podem desempenhar como complemento e/ou alternativa ao modelo punitivo.
Foi ainda possível contar com o testemunho de Mafalda Branco, mediadora escolar no GAAF do Agrupamento de Escolas de Penela que partilhou a sua experiência e boas práticas de mediação em contexto formal e informal.
Todos falam sobre a paz, mas ninguém educa para a paz. As pessoas educam para a competição e esse é o início de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz.
Maria Montessori