O mês de março é, por excelência, aquele que assinala a transição das estações. Com ele traz a primavera, o renovar da natureza, a comemoração do Dia Internacional da Mulher e a celebração do Dia do Pai. Este dia não é celebrado e vivido por todas as crianças e jovens com a mesma alegria. Por vezes, as figuras parentais estão ausentes das suas vidas.
O quão difícil é festejar estes momentos quando os restantes dias são preenchidos com a ausência, o abandono e omissão de afetos.
Alguns dos jovens que acompanhamos, não têm este suporte ao longo do seu desenvolvimento, sobretudo na fase da adolescência e, por outro lado, as mães (quando existem) sentem-se sozinhas neste desafio de criar, educar e amar.
Nas sessões formativas dirigidas às famílias, só as mães mostram disponibilidade em participar e partilham as dificuldades sentidas neste processo e vão adquirindo estratégias de melhoria do relacionamento com os seus filhos. A valorização da sua autoestima enquanto pessoa e mulher é fundamental para uma identidade mais sólida e para a criação de laços mais seguros.
Em simultâneo, o acompanhamento individualizado aos jovens promove uma maior compreensão, relativamente à preocupação das suas mães e o reconhecimento do seu papel e presença nas suas vidas.
O ato da fuga se, por um lado, revela a instabilidade e a rotura, por outro, também comporta em si a oportunidade de uma mudança após o seu regresso. Existem algumas situações em que este regresso é adiado mas necessário para repensar e organizar um reencontro mais positivo e saudável.
Tal como na primavera, importa semear, cuidar e proteger!