Em 1982, João dos Santos publicou um livro que intitulou “A caminho de uma utopia…Um instituto da criança”.
Como o próprio João dos Santos conta nesse livro, a ideia de um Instituto da Criança já datava de 1974, ano de todas as esperanças. Tinha surgido num grupo de trabalho sobre protecção materno-infantil.
Pretendia ser ‘um organismo não estatal destinado a promover o estudo da evolução infantil no contexto de uma organização familiar e social em constante transformação’.
Em 1983 nasceu o Instituto da Criança, em que se intercalou a palavra ‘apoio’ – palavra talvez desnecessária, pois que interesse poderá haver em relação às crianças que não seja o apoiá-las? De qualquer modo, o impacto que o Instituto de Apoio à Criança adquiriu na sociedade portuguesa talvez ultrapasse o que teria conseguido se a designação fosse só a de Instituto da Criança.
O grupo dos sócios fundadores – onde figurava, em primeiro plano, como não podia deixar de ser, o próprio João dos Santos – integrava um grupo de personalidades de grande qualidade ética e técnica, interessadíssimas no bem-estar das crianças e das famílias. Neste grupo, destacou-se, desde o primeiro momento, pelo seu empenho, dedicação e capacidade de organização e realização, a Dra. Manuela Eanes.
Não pode deixar de causar admiração e orgulho, o que, nestes 25 anos, o Instituto foi conseguindo fazer em prol das crianças e dos jovens necessitados de acolhimento, apoio e orientação. Tanto em acções directas junto a grupos de jovens em risco, como em acções de formação de novos técnicos que vieram alargar e aprofundar todas estas acções, o Instituto de Apoio à Criança, por mérito próprio adquiriu uma verdadeira importância e repercussão, não só nacionais, como internacionais.
Tornou-se num exemplo do que boas vontades reunidas em torno de objectivos claros e de qualidade em prol das crianças, conseguem fazer. Os relatórios do Instituto de Apoio à Criança são bem expressivos, tanto quanto à variedade de acções empreendidas, como quanto ao número de crianças já apoiadas.
Por tudo isto, e atendendo à continuidade da disponibilidade da Dra. Manuela Eanes e dos seus colaboradores para prosseguirem esta obra, concordo justificar-se inteiramente a candidatura do Instituto de Apoio à Criança ao III Premio Rey de España de Derechos Humanos.