A política é o governo da opinião.
Carlo Bini
Quando se pergunta a um jovem o que é que este entende por política, a resposta típica é um encolher de ombros e uma careta. Alguns vão mais longe e dizem que a política é o meio escolhido por uma minoria para enriquecer à custa de uma maioria: – o povo. Para quase todos, a política encontra-se bem distante; é sisuda e enfadonha.
Quando a Rede Europeia Anti-pobreza (EAPN) Portugal lançou aos nossos jovens do Projeto Educa(CON)dado o desafio de integrarem o Conselho Local de Cidadãos e, no âmbito da sua participação, escolherem uma temática a trabalhar relacionada com o combate à pobreza e à exclusão social, eles manifestaram a sua vontade de trabalhar precisamente este tema – tendo adotado a designação de “Políticas para uma Sociedade mais Justa”.
Ainda que o preconceito existisse, os nossos jovens deram um passo em frente, no sentido de a conhecer e compreender melhor para, no fim, poderem, em consciência, fazer um julgamento sério e fundado e quem sabe, exercitar o seu direito a expressarem-se politicamente.
Entre março e junho – período em que decorreu o projeto – fizeram-se debates, reflexões e entrevistas a personalidades da política nacional e local, em que a pluralidade partidária foi respeitada: tivemos uma conversa informal com um jovem da Juventude Popular (e que foi membro da Rede Juvenil Crescer Juntos); entrevistámos uma deputada do PSD, um deputado do Bloco de Esquerda e conversámos com o Presidente da Junta de Freguesia de Marvila.
A escolha destas personalidades não foi inocente e visou ter uma visão o mais abrangente possível da forma como a política nos pode envolver: do ponto de vista de um jovem; do ponto de vista local – e da importância que as medidas que implementa têm no quotidiano das comunidades (Junta de Freguesia); do ponto de vista nacional e até mesmo internacional (deputados).
A apresentação das conclusões finais foi feita por dois elementos do grupo, no Webinar “Políticas para uma Sociedade mais Justa!” que decorreu no passado dia 22 de junho.
Depois de alguns anos a investir na sensibilização dos nossos jovens para as questões dos direitos e deveres da criança, da promoção da sua participação (refletida e vivida), foi a vez de darmos mais um passo no sentido da construção de jovens conscientes, responsáveis e construtores de uma sociedade mais justa.