Este ano e à semelhança dos anos anteriores, aceitámos o desafio lançado pela Rede Europeia Anti-Pobreza de produzirmos trabalhos relacionados com a celebração dos 50 anos de Democracia em Portugal.
Já se passaram muitos anos… 50 anos é muito tempo para os nossos jovens. Há 50 anos, a maioria dos pais dos nossos jovens ainda não era nascido e muitos dos seus avós viviam nas antigas Províncias Ultramarinas. Os conceitos e a experiência de opressão, perseguição e censura são conceitos muito distantes, porventura tão distantes que (para muitos) entram no domínio da ficção. Se estivermos atentos ao que se passa ao nosso redor (no nosso mundo), podemos encontrar diversas ameaças a tudo aquilo que em 50 tomámos como garantido: a nossa Liberdade e a nossa Democracia. O mundo encontra-se cada vez mais polarizado, disputado por ideologias que vêm de forma subtil influenciar as nossas consciências, podendo ser bastante perigosas para os mais incautos: as fake news, as influências na comunicação social, os discursos populistas, as dependências – químicas e tecnológicas – que promovem a nossa alienação, são exemplos de ameaças reais a que não podemos ficar indiferentes, sob pena de vermos comprometida a nossa Liberdade e Democracia. Falar de abril neste contexto, nunca ganhou tanta relevância.
Ao longo de 3 meses, quisemos proporcionar aos nossos jovens um conjunto de experiências que ajudaram os nossos jovens a sentir a importância do 25 de abril: visitámos o Quartel da Pontinha (de onde “partiu a Revolução”); o Quartel do Carmo (onde se refugiou Marcello Caetano); realizámos um peddy paper passeando por locais emblemáticos na Baixa de Lisboa, e por fim, construímos e distribuímos cravos e sorrisos pelos moradores do Bairro.
No passado dia 29 de maio fomos ao Porto apresentar o resultado deste trabalho. Os 4 jovens que representaram o grupo maior, encheram-se de coragem e “enfrentaram” uma plateia repleta de jovens oriundos de norte a sul do país, revelando bastante segurança e sentido de responsabilidade, No final do evento, para além dos aplausos, levaram consigo a experiência de outra forma de liberdade: o sentimento de dever cumprido.