“A importância do Brincar Terapêutico”

“A play therapy é divertida e os terapeutas que a usam são adultos divertidos que realmente se interessam pelo que a criança está a fazer e a sentir, o que torna o processo terapêutico, por si só́, mais eficaz >>  

(Kottman,2011)  

As crianças pequenas tendem a ter um pensamento concreto e, por isso, a sua capacidade de expressar pensamentos complexos e sentimentos através das palavras é ainda diminuta. Desta forma, o brincar através de objetos e kits lúdicos tem vindo a ser considerado uma ferramenta importante para lidar com um vasto leque de dificuldades emocionais e sociais, sendo uma forma dos terapeutas responderem às necessidades especificas de cada criança na medida em que é um veículo de comunicação e são usados diversos materiais que têm significado direto ou simbólico dos seus sentimentos, pensamentos e experiências difíceis de colocar em palavras.  

O brincar é uma atividade voluntária, motivadora, dirigida à criança e que envolve flexibilidade na escolha de como é usada. É através do brincar que ela internaliza regras e papéis sociais (ex. “brincar às professoras”, “brincar aos pais e às mães”, etc.), bem como desenvolve funções psicológicas como a  atenção, a memória, o controlo comportamental, entre outras. É através do brincar que vai progredindo no processo de desenvolvimento – os brinquedos são usados como as palavras e o brincar é a sua linguagem.  

A criança pode ter sérias dificuldades em descrever verbalmente o que está a sentir ou pensar. Contudo, quando lhe é permitido, na presença de um adulto compreensivo, empático e sensível, consegue revelar sentimentos através dos brinquedos e materiais que escolhe. Ao compreender o que projeta no brincar, os terapeutas identificam pistas que lhes dão a oportunidade de entrar no mundo interior da criança. Além disso, o mero facto de o terapeuta estar disposto a “falar a língua da criança” pode dar a sensação de respeito que, eventualmente, a mesma nunca sentiu.  

Tendo em conta os inúmeros benefícios referidos, utilizamos com frequência nas consultas de psicologia “o brincar”, enquanto meio facilitador de um processo terapêutico “ 

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