Webinar “O que pensam e o que sentem as famílias em isolamento social”
Atravessamos, atualmente, uma das maiores crises de saúde pública, a nível mundial, que provocou inúmeras mudanças na vida familiar, social e laboral/escolar, e com repercussões na saúde mental, quer de adultos, quer de crianças. O presente estudo procurou explorar os recursos e as estratégias utilizadas pelas crianças e pelas suas famílias, para lidarem com a situação que vivenciam, de que forma mantêm a sua saúde mental e qual a relação entre a atitude e os sentimentos dos pais e a dos filhos. Participaram 807 famílias portuguesas com crianças entre os 4 e os 18 anos, sendo a primeira parte do questionário respondida pelos pais/cuidadores e a segunda parte pelos filhos com idade igual ou superior a 8 anos (ncrianças = 437). Os pais reportaram a sua perceção sobre como os filhos se têm sentido durante o confinamento, quais as alterações que a vida familiar sofreu, quais as estratégias utilizadas para lidar com a situação (quer pessoais, quer para ajudar a criança) e quais os aspetos positivos e negativos do isolamento social. Às crianças foi solicitado que referissem como se têm sentido, o que fazem e no que pensam para se sentirem melhor, como têm ocupado o seu tempo, quais os aspetos positivos e negativos do isolamento e quais as suas preocupações. Avaliou-se a ansiedade, a depressão e o stress dos pais e a ansiedade das crianças. Os resultados indicaram a existência de diferenças estatisticamente significativas ao nível da ansiedade (pais e filhos), da depressão e do stress (pais), em função das mudanças na vida familiar e naquilo que as crianças e as suas famílias sentem e pensam. Este estudo traz-nos várias informações a ter em consideração, entre elas, a necessidade de os pais estarem mais alerta ou não desvalorizarem o que as crianças sentem e manifestam, a importância das relações afetivas e sociais e a relação existente entre a ansiedade, depressão e stress dos adultos e a ansiedade das crianças.
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