Estreitar laços e motivar para o caminho

Ao longo do mês de Novembro, a equipa técnico-pedagógica da Escola de Segunda Oportunidade, “Educar e Formar para Inserir-Lisboa”, localizada na zona dos Anjos, focou a sua intervenção no desenvolvimento da relação pedagógica com os jovens, na consolidação de regras e no aprofundamento dos diagnósticos, tendo sido dado início ao trabalho por projetos.  

Consideramos que os laços de afetividade e confiança construídos com cada um destes jovens são alicerces essenciais para o desenvolvimento da intervenção e para potenciar futuras mudanças. Os momentos informais como os intervalos das atividades letivas e as refeições são privilegiados para dedicar atenção individualizada e investir na relação. A celebração do magusto, com as tradicionais castanhas assadas, foi uma atividade de convívio entre as duas turmas que envolveu jovens, professores e técnicos desde a sua preparação. 

O treino de competências, desenvolvido com recurso a metodologias ativas e participativas, incidiu sobre o relacionamento interpessoal e o respeito pelas diferenças. Neste contexto, os jovens foram, desde o primeiro momento, envolvidos na definição das regras de funcionamento da Escola, a partir da reflexão acerca do Conceito de Respeito.  Tendo em conta os comportamentos mais desafiadores por parte de alguns dos alunos, sabemos que este é um trabalho contínuo, que exige resiliência e persistência por parte de técnicos e professores. Os jovens precisam de sentir a nossa disponibilidade afetiva e também da definição clara e firme de limites, bem como de saber quais as consequências, caso os mesmos sejam ultrapassados.  

A fim de conhecer melhor os contextos familiares e comunitários dos alunos, foram sendo estabelecidos contactos com os Encarregados de educação e as entidades parceiras que já intervinham com os jovens e suas famílias, no sentido de complementar os diagnósticos, identificando potencialidades e necessidades, permitindo delinear a intervenção mais ajustada para cada situação. 

No que diz respeito à componente escolar, a equipa técnico-pedagógica optou pela metodologia de trabalho de projeto, por ser uma metodologia que procura ir ao encontro dos interesses dos alunos e na qual os jovens têm um papel mais ativo no processo de aprendizagem. Trata-se de um método que estimula a investigação e a pesquisa, procurando responder a problemas ou desafios colocados pelo professor. Cada projeto tem a duração de cerca de 3 ou 4 semanas. Inicialmente, o projeto “Somos o que comemos” levou-os a uma viagem sobre a alimentação em que tiveram a oportunidade de fazer pequenos filmes de animação, spots publicitários, construir uma roda dos alimentos em grande dimensão, fazer um atelier de cocktais sem álcool, entre muitas outras atividades. Atualmente, encontram-se a desenvolver o tema “Música e Tecnologia”.  

Passo a passo, vamos trilhando caminhos lado a lado com cada um dos jovens, caminhos que não são lineares, mas que esperamos lhes deem uma visão mais ampla de si mesmos, outras formas de estar e novas perspetivas perante a vida.  

 

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