Durante o mês de junho, a equipa do Polo de Coimbra promoveu alguns momentos formativos, dirigidos a pais, famílias, crianças, jovens e a profissionais da área da educação, visando a defesa e promoção dos Direitos da Criança.
A convite do GAAF do Agrupamento de Escolas da Pampilhosa da Serra, Ana Vicente e a estagiária de Psicologia Laura Coello dinamizaram, no dia 4 de junho, a oficina para pais e filhos “Jogos de Tabuleiro – como ganhar tempo em Família!”. Foi uma iniciativa no âmbito do Dia Internacional da Família e contou com a participação de 14 crianças e 9 encarregados de educação, os quais demonstraram interesse e entusiasmo pelos jogos. Através deste momento lúdico foi possível percecionar os vários benefícios dos Jogos de Tabuleiro, entre os quais, ensinam as crianças a gerir os momentos de frustração; proporcionaram momentos de bem-estar; estimularam a concentração, a memória, o raciocínio e a capacidade de tomar decisões e promoveram as aprendizagens escolares. Para finalizar, realizou-se um pequeno lanche convívio, no qual se contou com a colaboração da Associação de Pais, assim como, da Animadora Cultural/Social que realizou algumas iguarias com alunos da Educação Especial.
No âmbito do plano de ação da Rede Construir Juntos, decorreu no dia 18 de junho, na Casa de Formação Cristã Rainha Santa, em Coimbra, o Workshop “Intervenção com Jovens Multidesafiadores – osso duro de roer”, com a presença de 17 formandos. Esta sessão foi dinamizada pelos técnicos do IAC, Isabel Duarte e Tiago Carvalhinho e destinou-se a técnicos, educadores e animadores das instituições parceiras da RCJ da zona centro. A ação assentou numa metodologia dinâmica e interativa, tendo sido dividida em três momentos correspondentes à intervenção proposta com os jovens: Momento I – “Olhar para compreender”, salientando-se a importância de realizar um bom diagnóstico no sentido de compreender os comportamentos e identificar potencialidades e talentos; Momento II “Intervir para mudar”, com vista a conhecer e adotar estratégias de intervenção pela positiva e estratégias de intervenção em momentos críticos; Momento III “Reconhecer para reconstruir”, reconhecendo os jovens como autores do seu processo de reconstrução e promovendo estratégias participativas no processo de mudança. Refletiu-se sobre o perfil dos jovens multidesafiadores e os impactos que as suas vivências e o seu passado representam nas suas atitudes e comportamentos e a importância de os técnicos que acompanham estes jovens trabalharem em equipa de forma consistente e coerente, de mostrarem disponibilidade para ouvir, acompanhar, ser empáticos, mas firmes e assertivos e aplicarem a Comunicação Não violenta, entre outras técnicas. Foi, sem dúvida, um excelente momento formativo de partilha de estratégias e boas práticas.
No passado dia 21 de junho, decorreu a terceira ação “Sorrir em vez de agredir” na Escola EBnº1 de S. João do Campo. Estas ações, dinamizadas a pedido da Associação de Pais, pretenderam promover comportamentos e relações mais positivas entre as crianças de 1.º ciclo desta escola. Esta ação foi desenvolvida com o foco na sensibilização e prevenção contra situações de Bullying, na promoção de comportamentos mais assertivos, empáticos e de amizade e união entre todos. As crianças foram desafiadas a uma participação ativa em vários momentos da sessão, mostrando-se muito participativos e entusiasmados, com intervenções espontâneas e genuínas. Terminámos a sessão assistindo ao videoclip oficial da canção “AQUI PINTAMOS TODOS” que faz parte do Projeto solidário da GIOTTO e o IAC “Todos Pintamos Contra o Bullying”, projeto abraçado pela cantora Mimicat. Nas duas sessões desenvolvidas neste dia participaram as 55 crianças do 1.º ciclo desta escola e as três professoras titulares de turma. Garantir que as crianças convivam num ambiente educacional seguro, valorizado e respeitoso, significa um desenvolvimento nas atitudes, na formação e, acima de tudo, na tentativa de celebrar a diversidade e a inclusão de todos os alunos.
Terminou no passado dia 25 de junho a Ação de Formação “Mediação Escolar – Alternativa construtiva na abordagem ao conflito!”. Esta ação, que decorreu de 16 de maio a 25 de junho, num total de 25 horas, foi organizada a convite do GAAF do Agrupamento de Escolas Braamcamp Freire e contou com a parceria do Centro de Formação Maria Borges de Medeiros, tendo-se dirigido a 23 docentes. A dinamização desta ação esteve a cargo de Ana Vicente, Cristina Barros e José Coelho do IAC – Polo de Coimbra e de Melanie Tavares, coordenadora da Humanização dos Serviços de Atendimento à Criança e do projeto de Mediação Escolar do IAC. A escola é uma comunidade centrada nas crianças e nos jovens, no seu desenvolvimento cognitivo, emocional, educativo e moral e onde convivem pessoas de diferentes idades, proveniências, vivências e culturas. Neste contexto é natural que a aprendizagem de uma saudável convivência em sociedade e da promoção da paz seja uma vertente primordial da escola. Sabemos que os conflitos entre pares, entre jovens e adultos são frequentes e inevitáveis. No entanto, se bem trabalhados possibilitam o desenvolvimento e a mudança comportamental. Nesta perspetiva, devem ser vistos como oportunidades de crescimento e aquisição de competências, nomeadamente ao nível de uma comunicação eficaz e assertiva, do saber escutar ativamente, do respeito pelo outro, do reconhecimento e gestão de emoções e de conflitos.
Neste âmbito, nesta ação procurou abordar-se o conflito e as suas características, as diferentes perspetivas e perceções, as respostas habituais e novas formas de entender o conflito em contexto escolar. Salientou-se também a importância da comunicação nas relações interpessoais, na prevenção e abordagem ao conflito, bem como a necessidade do reconhecimento e gestão de emoções na resolução positiva de conflitos. Foi analisado o processo formal de mediação de conflitos em contexto escolar, o papel e características do mediador em contexto escolar, seja ele um adulto, uma criança ou jovem e feita uma abordagem ao projeto de Mediação Escolar do Instituto de Apoio à Criança, aos Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família e ao Projeto “Clubes dos Amigos da Mediação”. Destacou-se também a análise e reflexão sobre a pertinência das práticas restaurativas em contexto escolar que promovem metodologias participativas e que focam o seu objetivo na reparação do dano causado à pessoa afetada, na responsabilidade pelo comportamento e pelas consequências que este provocou no outro e o papel que podem desempenhar como complemento e alternativa ao modelo punitivo. Foi ainda possível contar com o testemunho de Marta Santos, docente e coordenadora do GAAF do Agrupamento de Escolas de Alvaiázere, que partilhou a sua experiência e boas práticas no âmbito do Projeto do Clube dos Amigos da Mediação.
Todos falam sobre a paz, mas ninguém educa para a paz. As pessoas educam para a competição e esse é o início de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz.
Maria Montessori